terça-feira, 22 de setembro de 2009

Reforço à Defesa Civil

São cada vez mais frequentes os desastres naturais que atingem Santa Catarina. O número desses flagelos aumentou, significativamente, de uns anos para cá, e o Estado passou a registrar uma média anual de 74 inundações e 20 vendavais, que ocorrem em suas diversas regiões, deixando para trás tragédias humanas e alentados prejuízos econômicos. Ainda estão bem vivas na memória coletiva as cenas de horror e destruição causadas pelas chuvas torrenciais e contínuas ocorridas no Vale do Itajaí, em novembro do ano passado, que provocaram centenas de deslizamentos. Foram 135 mortos, mais de 70 mil pessoas expulsas de suas casas, e prejuízos de milhões e milhões, que ainda não puderam ser contabilizados com exatidão, quase um ano depois da tragédia. Em todas as regiões catarinenses ainda são visíveis cicatrizes deixadas por essas anomalias climáticas, que ocorrem com violência e número crescentes. No início deste mês, entre a noite do feriado nacional de 7 de setembro e a madrugada do dia seguinte, enquanto fortes chuvas desabavam sobre o Extremo-Oeste, originando deslizamentos em série, três tornados atingiam o Litoral Sul do Estado. Eis ameaças que precisam ser enfrentadas com realismo e constância.É neste contexto que tomamos conhecimento de que não mais de 30% dos municípios de Santa Catarina dispõem de serviços de defesa civil atuantes e capazes de garantir a cobertura de emergência de forma rápida. A estimativa é da própria Defesa Civil Estadual, cujo secretário-executivo, major PM Emerson Emerim, sublinha a necessidade de cada comunidade contar com uma equipe de funcionários efetivos e treinados para enfrentar essas terríveis eventualidades. Já houve casos de prefeituras que, por falta de assessoramento especializado, sequer conseguiram encaminhar, corretamente, e com os documentos por lei exigidos, a solicitação de verbas emergenciais ao enfrentamento da situação. Na esfera estadual, esses recursos são escassos. Na federal, nesses anos recentes, sobram promessas e tardia é a liberação do dinheiro prometido. Algumas medidas corretivas estão previstas pela administração estadual, como a abertura de concurso público para a contratação de 48 técnicos, de várias formações curriculares relacionadas ao problema em pauta – de geólogos a assistentes sociais –, 36 dos quais atuariam no interior, junto às secretarias regionais. É um bom começo, mas apenas um começo.Mas os esforços até agora realizados ainda estão muito aquém do necessário, como o comprovam as tragédias climáticas que se repetem, com frequência e intensidade cada vez maiores, em todas as regiões de Santa Catarina. Impende, ainda, a atualização do mapa das áreas de risco no Estado, elaborada com o uso das novas tecnologias disponíveis para tanto.
Fonte: Jornal Diário Catarinense - 22/09/2009

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