segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Comunicação precisa melhorar

O sistema de comunicação também precisaria de melhorias. A comunicação interna é feita com celulares, mas no caso de um desastre em que eles deixem de funcionar, a Defesa Civil conta atualmente com apenas com dois rádios, um na base e outro móvel. O ideal era ter pelo menos 20 rádios móveis, segundo Alvir. Cada um custa, em média, R$ 1 mil.A central telefônica tem três linhas para chamadas de emergência. O correto seria melhorar o serviço e contar com mais atendentes em situações de catástrofe.O maior impedimento para que tudo isso seja agilizado é o orçamento. A Prefeitura destina R$ 200 mil anuais (não inclui o pagamento de funcionários). O ideal seria contar com o Fundo Municipal de Defesa Civil para que o serviço tenha recursos próprios. A criação depende de aceno do prefeito e de lei municipal aprovada pelos vereadores.

Voluntários viram mãos parceiras
Embora a estrutura precise melhorar, a relação com outros órgãos de resposta, com parceiros e voluntários supre necessidades em situações de desastre, de acordo com o comando da Defesa Civil de Joinville. Nas chuvas do ano passado, mais de 30 voluntários trabalharam diariamente, além dos que ajudavam esporadicamente na distribuição de donativos e abrigos, segundo o coordenador operacional Márnio Pereira.Parceiros como o Clube de Radioamadores e o Clube de Jipeiros também auxiliam. Se as outras formas de comunicação deixarem de funcionar, os radioamadores mantêm agentes e serviços de resposta informados, além de permitir a comunicação com outras cidades. Os jipeiros colaboram no trabalho de transportar donativos e até pessoas em áreas de difícil acesso.Pelo menos 24 órgãos oficiais, entre secretarias, bombeiros e agentes de trânsito, também podem ser acionados. O papel de Defesa Civil é gerenciar a resposta ao desastre. “Não é ela que vai resgatar a pessoa, mas vai acionar os bombeiros”, completa Alvir.


Comunidade envolvida e capacitada
Outro objetivo da Defesa Civil de Joinville é envolver a comunidade e prepará-la para situações adversas, se necessário por meio de simulações. Quem terá essa missão são os Nudecs nos bairros, formados pelos moradores.A criação dos Nudecs vem sendo discutida pelo Conselho Municipal de Defesa Civil (Comdec). O próximo passo para implementá-los são reuniões com as Secretarias Regionais dos bairros e Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs). “Esperamos ter Nudecs estruturados, com pelo menos cinco voluntários cada, até o começo do ano que vem”, diz Alvir. Os Nudesc têm o papel de atuar preventivamente, por meio de campanhas e simulações de situações de risco com a comunidade. Em situações de desastre, eles são importantes porque conseguem levantar informações rapidamente.


Estrutura em 30% das cidades
Pequenos municípios são os que mais sentem falta de uma ação de emergência
No Estado e, principalmente em pequenas cidades, a estrutura da Defesa Civil não é ideal. As maiores dificuldades são falta de pessoal e a capacitação na hora de buscar dinheiro para a reconstrução. Embora os fenômenos climáticos não sejam novidade em SC, o governo parece ter demorado para perceber a necessidade de fortalecer o trabalho das equipes do Estado e dos municípios.Estima-se que apenas 30% entre as 293 cidades tenham uma estrutura atuante. Ou seja, capaz de garantir de forma rápida a cobertura de emergência e devolver ao cidadão o que foi perdido.Com a previsão de chuva forte até novembro, as autoridades correm para tentar mudar essa realidade ainda este ano. O governador Luiz Henrique da Silveira determinou à Defesa Civil o prazo de 30 dias para a conclusão do projeto de lei que poderá dar ao departamento o status de secretaria de Estado. Mas a mudança ainda precisará ser aprovada pela Assembleia Legislativa e, só a partir de 2010, e o órgão deverá ter orçamento próprio. Hoje, a Defesa Civil estadual tem 41 funcionários, todos de outras repartições, como a Polícia Militar.O comando estadual acredita que o principal desafio não está na sede, em Florianópolis, e sim nas cidades pequenas. “A maior dificuldade é que essas defesas municipais não funcionam como deveriam”, diz o secretário-executivo da Defesa Civil estadual, major Emerson Emerim.Ele cita como exemplo positivo as estruturas em Blumenau, uma das cidades historicamente mais afetadas no Estado, Rio do Sul, Jaraguá do Sul e Joinville. Esses municípios atuam com funcionários efetivos e não dependem de trocas de governo, o que, segundo Emerim, aumenta o conhecimento sobre a área, importante para mapear abrigos, transporte e atendimentos em geral.

Fonte: Jornal A Notícia

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